O estigma que os jovens e, principalmente, os adultos sentem interiormente de serem analfabetos, numa sociedade de letrados, é tão forte que interfere no desenvolvimento de sua auto-estima e autonomia. Essa interferência é marcante nas falas desses sujeitos, quando dão a entender sua leitura do mundo, focalizando as oportunidades que a sociedade moderna, dominada pela tecnologia da informação, tem oferecido. Quanto mais se sentem à margem, inferiores, mais a informática assume o perfil de um mito, algo inacessível a eles. Essa questão instigante da relação da tecnologia com a educação / trabalho / ensino / alfabetização deu origem à pesquisa cujo objetivo é investigar os processos subjacentes na alfabetização de jovens e adultos trabalhadores com a mediação da informática educativa.
A pesquisa encontra sua fundamentação teórica nas contribuições de estudos realizados por Papert (1994) em termos de construção do conhecimento com a utilização do computador, bem como por Lévy (1993) sobre a linguagem digital que fundamenta a investigação no que se refere à possibilidade interatividade entre homem, máquina e mundo. Considera-se, , ainda, que a interação aluno/ computador deve ser mediada por um profissional que saiba intervir apropriadamente na situação vivenciada, no caso da pesquisa, o professor. Em cada autor que desenvolve estudos, pesquisas e buscas sente-se um cuidado muito carinhoso de trato quando o alvo é a EJA. Dentre todos os autores estudados, proclamo Paulo Freire, autor aindados nossos dias, como o que mais cuidou do ser humano educável: “...a prática educativa deve
desafiar os alunos a construírem uma compreensão crítica de sua presença no mundo...”
(Freire, 1997).
Hoje, a EJA conta com recursos da atualidade da informatização: as Novas Tecnologias. Mas as Novas
Tecnologias nos fazem parar e repensar o nosso modo de atuar na Educação de Jovens e
Adultos, bem como em todas as modalidades do ensino.
O momento presente é perpassado por um complexo político/social e econômico, onde as Novas Tecnologias, a globalização econômica, o neoliberalismo e tantas outras alterações que geram mudanças,
desestruturam nossa sociedade e nos pedem reflexão e observação. Parar para refletir e
repensar a nossa prática educacional, não só na Educação de Jovens e Adultos, mas em todo
o Sistema Educacional Brasileiro.
As Novas Tecnologias propõem um trabalho de pesquisa, de busca do novo, de
inovação no que se faz, e no fazer com amor e bem feito o que se tem a fazer. Elas chegaram
e pedem mudança de conduta, mudança no interior de cada ser humano para que ele possa
modificar, transformar as coisas ao seu redor. Quem não se transforma não deve exigir
transformação.
As mudanças devem gerar vontade de aprender e vontade de colocar em prática o
que se apreendeu. Então, as Novas Tecnologias estão causando uma completa revolução no
meio educacional brasileiro, e nos sistemas educacionais do mundo inteiro!
Bibliografia : http://www.anped.org.br/reunioes/24/P1842957949188.DO /www.cereja.org.br



